Os textos são da minha autoria excepto quando explicitamente mencionado e as imagens são na sua maioria retiradas da internet.

@lexis

26 de agosto de 2010

Terra

Tudo começou com a compra daquele pedaço de terra. O homem cultivou-a, extraiu-lhe riquezas e… cansou-se de ter tão pouco.
Um amigo disse-lhe que mais para o Norte havia terras boas e, ainda mais importante, eram baratas!
Assim, o homem desfez-se das terras e, com a família, comprou outras terras, mas… voltou a cansar-se.
Outro amigo apareceu que lhe disse que mais para Norte existiam terras boas que pertenciam a índios, que não lhes ligavam nenhuma, e que lhas entregariam por tuta-e-meia. E ele lá foi. Desta feita, sozinho.
Chegado a estas terras, um índio disse-lhe:
“Tudo o que os teus olhos podem ver, é nosso. Tudo o que conseguires demarcar será teu, com a condição de estares de volta aqui ao pôr-do-sol”.
O homem concordou e partiu. Andou… Correu… Delimitou…
Olhou para a linha do horizonte – O sol estava quase a pôr-se e, numa tentativa final, fez uma última demarcação. Começou a correr. Desfaleceu a meio e não mais se ergueu.
Os índios enterraram-no e o Chefe disse:
“Sete palmos de terra, é tudo o que um homem precisa!”

11Jan1988

1 comentário:

otário disse...

jovem! mulher! gaja! pessoa! ser humano do sexo feminino! texto deveras interessante... poder-se-ia dizer que, pelo menos de minha parte, o que as pessoas mais fazem em vivas é enterrarem-se...

saudações otárias,
vou dar uma volta à rua onde está frio... esperteza de quem aprecia o quentinho da casinha e o despreza mesmo assim...