Gostava de me refugiar naquele conto infantil
Fazer de conta que sou o coelhinho sempre atrasado
Ou o gato que sorri sem corpo a toldar-lhe o riso
Beber chá que não existe em chávenas com açúcar imaginário
Aumentar de tamanho quando como um bolo de chocolate
Diminuir de tamanho quando o bolo é de nata
Escapulir-me por uma porta do dobro do meu tamanho
Desaguar num fio de água feito rio por ter chorado tanto
Navegar numa casca de noz com um rato grande como eu
E secar-me num jardim com guardas de cartas de jogar
E quando estivesse farta transformava-me na rainha de copas e gritava ‘Cortem-lhe a cabeça’
E acordava então à sombra de uma árvore ouvindo um conto numa voz melodiosa
‘Era uma vez....’
1 comentário:
o problema é que muita boa gente vai atrás do coelho, como fez a moça de tranças amarelas, e algumas nem já se encontram, perdem-se nelas mesmas.
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