Tudo começou com a compra daquele pedaço de terra. O homem cultivou-a, extraiu-lhe riquezas e… cansou-se de ter tão pouco.
Um amigo disse-lhe que mais para o Norte havia terras boas e, ainda mais importante, eram baratas!
Assim, o homem desfez-se das terras e, com a família, comprou outras terras, mas… voltou a cansar-se.
Outro amigo apareceu que lhe disse que mais para Norte existiam terras boas que pertenciam a índios, que não lhes ligavam nenhuma, e que lhas entregariam por tuta-e-meia. E ele lá foi. Desta feita, sozinho.
Chegado a estas terras, um índio disse-lhe:
“Tudo o que os teus olhos podem ver, é nosso. Tudo o que conseguires demarcar será teu, com a condição de estares de volta aqui ao pôr-do-sol”.
O homem concordou e partiu. Andou… Correu… Delimitou…
Olhou para a linha do horizonte – O sol estava quase a pôr-se e, numa tentativa final, fez uma última demarcação. Começou a correr. Desfaleceu a meio e não mais se ergueu.
Os índios enterraram-no e o Chefe disse:
“Sete palmos de terra, é tudo o que um homem precisa!”
11Jan1988