Se te pedissem para falar sobre algo de uma pessoa querida de que as pessoas se possam lembrar, do que falarias?
Aconteceu comigo. Nada saíu... Como dizer por meras palavras tudo o que nos lembramos e se atropela anacronicamente na nossa cabeça?
Posso lembrar-me de um momento bom, de um momento mau, mas são as minhas memórias.
Posso gostar de uma história ou não desgostar de uma estória, mas são as minhas lembranças.
Posso chorar se me lembrar de uma alegria que passei ou rir se recordar da parvoíce que me fez chorar num determinado momento, mas são as minhas lágrimas e os meus sorrisos.
Porque teria eu de partilhar tudo isto que eu tenho dentro de mim com quem o não o fez em tempo útil?
Não ficariam então a parecer memórias roubadas, lembranças difusas, lágrimas surripiadas, sorrisos emprestados?
Agora já não existe essa pessoa querida. Se existisse, continuaríamos a construir memórias, a contar histórias, a repetir estórias, a chorar de alegria e a rir de parvoíces.
Tudo me parece agora oco e vazio…
Obrigada Mãe, por ter tanto para me lembrar!
23Maio2012
@lexis
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